segunda-feira, 13 de setembro de 2010

POSSUA-ME.
Meu desejo por você
Não consigo controlar.
Fico louca de prazer
Só de pensar em tocar
Na sua pele morena,
Que foi por Deus esculpida.
Nunca por homem algum
Senti-me tão atraída.
Cada parte do seu corpo
Foi feita com perfeição.
É você dos versos meus
A maior inspiração.
Sua voz viril e forte
Tem o dom de enfeitiçar.
Você da minha cabeça
Não consigo mais tirar.
Só quero ter uma chance
Para fazê-lo feliz!
Posso ser exatamente
A mulher que sempre quis!
Meu maior sonho é um dia
Poder chamá-lo de meu.
Estou louca por você!
O desejo me prendeu!
Do seu corpo tenho sede.
Venha já me saciar!
Venha logo, por favor!
Não posso mais aguentar
Um minuto sem você!
Venha logo, meu amor!
Não posso mais esperar
Para nos seus braços ter
Meu desejo saciado.
Venha me fazer mulher!
Venha logo, meu amado!
SONETO A AURÉLIA.
Até que enfim chegou minha cadeira,
Que foi por tanto tempo desejada!
Vai ser a minha nova companheira,
Vivendo aventuras pelas estradas.

Teremos amizade verdadeira,
Que não irá jamais ser abalada!
Ela comigo vai comer poeira
E dar carona a minha namorada.

Agora ninguém vai me segurar,
Pois pelo mundo vou me divertir.
Nós, juntos, vamos a qualquer lugar.

E nada poderá nos impedir.
Tchau! Eu vou com Aurélia passear,
Estou cansado de ficar aqui.
A CONSTATAÇÃO DA MULHER COMPLETAMENTE APAIXONADA.
Um deus negro conheci,
Que mexeu demais comigo.
Descrever o que senti
Eu não sei nem se consigo.
O vermelho de seus lábios
Não me sai mais da cabeça.
Passe o tempo que passar,
Eu duvido que me esqueça
De como ele me tratou,
Do seu jeito carinhoso,
De seu belo tom de voz.
Musical, melodioso.
Não sei mais o que fazer.
Tenho que vê-lo de novo.
Quanto mais tento esquecer,
Mais me lembro de seu rosto.
Eu até posso sentir
A mão dele a me tocar.
E também consigo ouvir
A sua voz a me chamar.
Pra caminhos diferentes
O destino nos levou.
Mas em mim, eternamente
O deus de ébano ficou.
Confesso que não entendo
Como foi que isso se deu,
Um mancebo cor da noite
Fez-se dono do amor meu.
GUERRA À PASMACEIRA.
Acho a rotina muito deprimente.
Quero ter sempre o prazer da mudança.
Tento me renovar constantemente,
Pois eu sei que ser sempre o mesmo cansa.

Sou todo dia um homem diferente,
Que não possui nenhuma semelhança
Com outros que fui anteriormente,
Quem vive assim, da vida não se cansa.

Não quero morrer de monotonia,
E nunca conheci ninguém que queira.
Falta de novidade me enfastia.

Tenho aversão às coisas corriqueiras.
Tiram da vida qualquer poesia.
Então, declarei guerra à pasmaceira!
SONETO DE BENTINHO A CAPITU.
Morena de cacheados cabelos,
Oblíqua e dissimulada cigana.
Teus olhos hipnóticos e belos
Não me deixam saber se tu me enganas.

Quem és tu? Eu mil vezes me interpelo.
Para saber se és santa, ou se és profana,
Porém, sempre sou engodado pelo
Teu olhar, do qual o mistério emana!

Tenho por ti uma louca obsessão.
Mas não consigo saber quem és tu,
Tampouco, se foste fiel, ou não.

Contudo, não me importa quem tu és,
Pois me basta saber, ó, Capitu,
Que ficarei para sempre a teus pés.
REDONDILHA A DONA ÂNGELA.
No negro de meus cabelos
Existe um pouco de ti.
Enxergo no meu sorriso
Aquela de quem nasci.
Olhos grandes e redondos
De herança tu me deixaste,
E mesmo que estejas morta,
Em mim pra sempre ficaste.
Ás vezes, eu me pergunto:
Por que tão cedo partiste?
Pensando sobre esse assunto
Ás vezes, fico tão triste!
Acho que vou me sentir
Eternamente sozinho.
Pois eu, ainda hoje sinto
Saudade de teus carinhos.
Ninguém consegue suprir
A falta que uma mãe faz.
De me fazer te esquecer,
Nem o tempo foi capaz.
Contudo, sou consciente,
De que não a verei mais.
Então, eu faço um desejo:
Que tu descanses em paz.

domingo, 3 de janeiro de 2010

A CINTILANTE LUZ DA POESIA
O poeta é um bruxo, que faz do papel, seu caldeirão, da caneta, sua colher de pau e das palavras, os ingredientes que usa para preparar suas ‘poções mágicas’ que têm o poder de aguçar a visão daqueles que as ingerem. Fazendo com que enxerguem beleza naquilo que aparentemente não possui viço algum.
Tais ‘poções’ se tomadas em doses homeopáticas, surtem um efeito mágico, porém efêmero. Contudo, se bebidas em quantidades cavalares, são capazes de abrir completamente os olhos de alguém, dando-lhe a capacidade de observar nitidamente a cintilante luz da poesia!
E aqueles que são capazes de vislumbrar essa luz, serão, enquanto viverem, iluminados por ela e jamais verão suas vidas mergulhadas na sufocante escuridão que provém da falta de sensibilidade.